“Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus; Nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei.” (Mateus 5:34,35)
Por que Jesus conversou com a figueira? Jesus teve uma “conversa” com a figueira depois de um momento angustiante no Templo, por volta da Festa da Páscoa, quando os cambistas estavam trazendo seus negócios e tumultuavam a paz do Templo. A seriedade de Jesus fez com que as coisas entrassem em ordem, porque Ele viu que no Templo havia mais negócio do que propósito. De lá, Ele se dirige para Betânia e, no caminho, de longe, avista uma figueira, vai até ela, conversa e a repreende. Uma pergunta aqui: E se outros já tivessem vindo à figueira antes dEle, e os frutos tivessem esgotados? E se árvore estivesse em um lugar que a estação tivesse negado seu fruto? E se aquela figueira fosse do topo brava que não dava frutos? Como sabemos, a figueira estava fora do tempo para dar o fruto específico, não é verdade? “E, vendo de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e, chegando a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos. E Jesus, falando, disse-lhe: Nunca mais coma alguém fruto de ti, para sempre. E os seus discípulos ouviram isto.” (Marcos 11:13,14). Não era tempo de fruto, mas Ele falou com ela. É como perguntar a uma mulher solteira: “Cadê seu filho?”.
Jesus não estava esclerosado nem criando doutrinas novas, estava comunicando com Israel, porque a figueira era o sinal de Israel, e por ser uma nação vocacionada, não estava cumprindo seu propósito. Israel havia perdido a chamada de edificar, socorrer e prestar a adoração Àquele que tudo era; perdeu a rota da sua fé em Deus e estava confiando em coisas. Havia um desprezo na preparação dos rituais sagrados, inclusive para a Páscoa, e isso irritou Jesus ao encontrar a casa em desordem, então, Ele deixou uma mensagem para Israel, era como dissesse: “Esse povo que aí está, com a cultura corrompida, confundindo os Meus princípios, não pode ser o mesmo que deixamos por herança. Estão negociando Meus valores!”. A figueira descrita nesse relato, tinha a aparência de ser uma árvore fértil. “E, vendo de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e, chegando a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos.” (Marcos 11:3). Se não era a época dos figos, então... Na verdade, os pré-frutos são os PAGUIS, como você viu na leitura anterior, e Jesus estava procurando ALGUMA COISA PARA COMER. Não há imbecilidade na narrativa, e sim conhecimento do que cada estação pode oferecer. A figueira estava como Israel: Bonita, frondosa, mas sem fruto (PAGUIS), uma das razões pelas quais Jesus pode ter conversado com a figueira. Na verdade, Ele queria ensinar para os discípulos a respeito dos corruptos líderes religiosos judeus, e como os sacerdotes e levitas estavam desatentos das funções e responsabilidades no Templo, pois eram os guardiões da PALAVRA. A conversa com a figueira foi um grande alerta para que os discípulos não se omitissem das funções nem confundissem a chamada, afinal era sério o que Deus estava fazendo em mostrar o controle dEle com todos as coisas: Que haja fruto em ti!
Jesus estava formando uma nova geração e mostrando os riscos das tradições que conservavam mais o sistema pessoal do que o propósito pelo qual haviam sido ensinados. A antiga geração estava com suas atitudes fora do contexto do ensino, é como se estivesse desprezando o sagrado e, consequentemente, paralisando toda a sua descendência biológica e espiritual por causa de interesses escusos. Então, Ele deu uma ordem: “Seque até a raiz!”. Parece loucura conversar com uma árvore e emitir um decreto de morte. JESUS MATOU AQUELA ÁRVORE. O que vemos é que não existe nada que tenha nascido para nada, pois até ser nada já é alguma coisa, assim como algumas pessoas afirmam que não são nada nem possuem nada, e essa afirmativa releva que possuem NADA e isso já é um adquirente. Aqui, Jesus está dizendo: “O que procuro em você, sei que você pode fazer. E, se não tem, posso lhe dar”. É como se a figueira negasse o milagre, ou seja, negou a ordem de frutificar! Jesus disse: “Me dê o fruto!”. E ela não deu! “Onde estão os PAGUIS?”. Ela disse: “Não sei!”.
Aqui Jesus está explicando para ela qual o seu propósito. Isso não é intrigante? Bem, quem não pode sair falando com árvores, montanhas, peixes, vento, mar, sou eu e você, mas Quem criou tudo, sabe como se comunicar; tudo tem ouvido quando Ele fala. Fica aqui o alerta de que não podemos desdenhar que estamos sendo “conversados”, pois somos como árvores frutíferas, e não podemos deixar que nossa missão seja comprometida com qualquer coisa nem que o sistema nos tire do propósito central. O episódio de limpar o Templo, observar o ritual para preparação da Sua morte era o sinal que Israel precisava, pois Jesus, como figueira, poderia morrer até sua raiz, mas ressuscitaria no terceiro dia; isso é muito impactante, é processo para o calvário; Jesus estava arrumando as coisas. Assim como no Templo, similarmente, Ele está arrumando nossas vidas. Não adianta esconder os dons, talentos, habilidades, nem ser frondoso se os PAGUIS não estão aí. Se Ele está falando com você, então, ofereça o resultado conforme a palavra liberada: Cadê seu fruto?!
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